TIC na Escola: Implicações Pedagógicas
Tecnologias da
Informação e Comunicação (TIC) constituem para o ensino, o pilar fundamental tanto
para a aquisição, como para transmissão e consolidação de conhecimentos, em
todas as disciplinas que compõem o painel curricular do aluno, mas este
percurso vai para além das salas de aula e a sua duração é a de uma vida,
segundo Patricia Fidalgo. É crucial que a educação se adapte e reconfigure as
formas de aprendizagem pois só assim conseguirá acompanhar as evoluções e
mudanças velozes de um mundo e sociedade cada vez mais denso de informação,
globalizado, multicultural e tecnológico, como diz Fernanda Botelho.
“Falar de novas tecnologias é falar do computador pessoal, cada vez
mais portátil, dos telemóveis que são muito mais do que isso (…), dos
videojogos, pólo de eterna discussão sobre as suas virtudes educativas ou de
como ligar a aprendizagem ao lúdico, das aplicações informáticas utilizadas com
fins educativos, das plataformas de gestão da aprendizagem (…), que permitem o
alargamento do espaço e tempo de aprendizagem para além da tradicional sala de
aula e, em especial, da Internet.” (PAZ, 2008)
Como defendem
Clara Tavares e Luís Barbeiro, é importante tirar partido das potencialidades
que todo o leque de ferramentas que as TIC oferecem, tanto na comunicação em
sala de aula como nas aprendizagens realizadas, ao nível do português alguns
dos dispositivos tecnológicos e comunicativos mais utilizados são as
plataformas de ensino à distância, fóruns, chat, blogues, E-portfolios, entre
muitos outros.
Tal como é
referido por Patricia Fidalgo a utilização das TIC servem para uma maior
variedade de estratégia de lecionação e incute um processo de aprendizagem
construtiva e individual do conhecimento. Proporcionando desta forma aulas mais
atrativas, despertando os sentidos dos alunos, tornando assim a aprendizagem
mais eficaz, ativa e autónoma, reforçam Lucinda Carvalho e Elisabete Morais.
Hoje em dia
esta utilização começa cedo na escola, diz João Paz, mobilizando famílias,
desta forma os filhos tornam-se por vezes professores dos próprios pais, pois o
conhecimento destes para com as novas tecnologias é muitas vezes insuficiente
porque o contacto com as TIC nesta faixa etária é recente, assim existe uma
aproximação de pais e professores na tarefa necessariamente conjunta da
educação, é fundamental nunca por de lado a interatividade no processo
ensino-aprendizagem, sendo assim sempre fundamental o papel mediador do
professor.
“Há que ressalvar que nem todas novas práticas de (auto-) aprendizagem
a partir das novas tecnologias são, só por si, boas. Há "velhas"
competências que fazem muita falta e que a facilidade de acesso à informação
(Internet) não substitui, como a capacidade de interpretar, e refletir sobre, a
informação.” (PAZ, 2008)
São inúmeros
os conteúdos que se podem explorar através das TIC, salientam Clara Tavares e
Luís Barbeiro, no ensino da leitura temos como ponto de partida a compreensão de
textos (fatores relevantes: reconhecimento de palavras, conhecimento da língua
e experiencia individual de leitura…) pode ser explorada através de atividades
de manipulação, apropriação, interpretação e atividades integradoras, exemplo
analisar erros, elaboração de resumos, etc. No ensino da escrita temos por base
a elaboração de textos (fatores relevantes: conteúdos a incluir, a sua
organização, escolha mais adequada das palavras para se exprimir…) temos desta
forma a pesquisa, planificação, textualização, revisão e reescrita por exemplo.
De uma forma geral todos estes conteúdos conduzem e reforçam a imaginação,
curiosidade e criatividade dos alunos, através de partilha na Internet,
interação autores-leitores, desenvolvimento de projetos conjuntos, entre
outros.
João Paz
refere também que são inúmeros os perigos de uma utilização menos cuidada das
novas tecnologias, mas também são inúmeras as virtudes, embora não sejam a
pedra filosofal para o sucesso educativo, reforça também que a utilização das TIC
não faz bons professores mas o inverso não os torna maus profissionais.
“É certo que as TIC promoveram uma dinamização sem precedentes das
aulas. O uso de plataformas online (…), os quadros interativos, os projetores
de vídeo, a televisão, a Internet entre tantos outros recursos, permitiram um
envolvimento bastante positivo de todos os intervenientes num processo de
ensino e aprendizagem…” (FIDALGO, 2009)
“Já existem ténues indicadores de que a educação está a alcançar melhores
níveis de qualidade em função da entrada das TIC na escola. Alguns professores
têm assumindo a tarefa de consolidar o trabalho da sala de aula com os recursos
tecnológicos, contudo continuaram a preservar o modelo de organização da escola.”
(Novos Ambientes Educacionais)
Autora: Solange Marques Nunes
Referências Bibliográficas