As Tecnologias de Informação e Comunicação
(TIC), são produto do avanço da tecnologia na forma de tablets, televisores,
computadores e muitos outros gadgets que nos permitem aceder à informação e
comunicar de forma rápida e muito mais simplificada do que há alguns anos atrás,
estas “ferramentas” têm vindo a ter um papel de crescente importância no mundo
globalizado em que vivemos e, em particular na área da educação, não só em
Portugal mas, em todo o mundo.
As TIC têm vindo a ser utilizadas
em sala de aula, nomeadamente ao nível do ensino-aprendizagem do português e da
disponibilização de plataformas que possibilitam o ensino à distância, por
exemplo através da Escola Virtual. A dinamização do ensino-aprendizagem do
português pode ser feito através do “(…) uso de plataformas online (e.g. Moodle),
os quadros interativos, os projetores de vídeo, a televisão, [e] a Internet” (Fidalgo,
2009), mas também de processadores de texto, como o Word, de blogs, de fóruns, de
dicionários online e “enclopédias online” (Paz, 2008) que regra geral são
gratuitas e de fácil acesso.
A utilização destas ferramentas visam
a aproximação entre o aluno e o professor, a promoção da comunicação entre
alunos e a partilha de ideias entre os mesmos, nomeadamente nos blogs e fóruns,
estas ferramentas proporcionam também “ (…) um maior envolvimento, por parte
dos alunos, nas tarefas propostas em contexto de sala de aula” (Salgueiro, 2013, p. 6) .
Estas ferramentas podem ser
utilizadas de diversas formas, por exemplo pedindo aos alunos que produzam um
texto, mobilizando as suas capacidades criativas. A turma também poderá criar
um blog no qual o professor possa colocar atividades referentes às aulas e as
crianças possam colocar as suas dúvidas e/ou interagir com o professor.
A utilização das TIC em sala de
aula veio modificar um pouco aquilo que era o dia-a-dia e os métodos de
aprendizagem a que muitos alunos e professores estavam habituados. No entanto
nem todos os professores mudaram os seus métodos de ensino aderindo às TIC e,
segundo Paz (2009), isto não faz com que estes professores sejam piores ou
melhores que os que utilizam as TIC no seu processo de ensino.
O acesso a bibliotecas e a dicionários on-line, incluindo o de
obras literárias completas em formato digital, potenciaram a
expansão de uma educação em que o aluno se transforma num
agente autónomo de uma aprendizagem flexível, e igualmente
cómoda, das línguas.
Assim,
verificaram-se mudanças de caráter positivo que visavam melhorar o sistema
educativo português. De entre estas mudanças destaco o surgimento de um
ambiente global motivador gerado pelo acesso a estas ferramentas e pela
abertura a um “mundo” de informação e ainda uma aproximação entre alunos e
professores, como refere Salgueiro (2013, p.6) “O conhecimento deixa de ser
exclusivamente oriundo de um meio limitado, antes surge de um ambiente global,
onde o acesso à informação é imediato e a exploração e a partilha de saberes
entre alunos e professores é estimulada”, e “o simples facto de aceder a
informação mais atual aumenta a motivação, quer dos estudantes, quer dos
professores.” Salgueiro (2013) citando Terceiro (1997). O fator mais visível da
mudança no sistema de ensino é o papel do aluno dentro da sala de aula e
perante o seu processo de aprendizagem, segundo Salgueiro (2013, p.7) no modelo
tradicional o aluno era um sujeito passivo que se limitava a receber as
aprendizagens que lhe eram transmitidas pelo professor, enquanto que no modelo
atual, baseado no modelo construtivista, o aluno tem um papel ativo na
construção das suas aprendizagens.
Não obstante a todos os benefícios
que as TIC proporcionaram ao ensino, proporcionaram-lhe também alguns perigos,
dos quais destaco o desenvolvimento da cultura do “copiar e colar” (Paz, 2008),
a “maior facilidade da fraude” (Paz, 2008) nomeadamente, a maior facilidade em
plagiar documentos consultados. As desigualdades económico-sociais que podem,
ainda hoje, ser evidenciadas pela facilidade ou dificuldade de acesso à
Internet e ao computador na casa das crianças/estudantes, sendo por si só
também um aspeto negativo por eventualmente poder constituir um fator de
exclusão ou desintegração da criança face ao colega, ou o acontecimento de
situações em que a criança se vê impedida da realização de tarefas extra-aula
em casa (e.g. pesquisas). Esta noção das restrições no acesso das TIC é-nos transmitido
por Botelho (2005) quando refere que das TIC “ (…) se excluem milhões de
cidadãos do mundo que não dispõem de pré-requisitos básicos, no que se refere
às suas condições de vida (…) que lhes possibilitem o acesso e, por
consequência a possibilidade de permutar, de descobrir e de reconstruir o
conhecimento, isto é de aprender”. Ainda relativamente à utilização das TIC e
aos seus perigos, destaco os “fenómenos de infoexclusão que se prendem com (…)
motivos que vão desde a infofobia à exclusão por motivos sociodemográficos” (Fidalgo,
2009). Assim sendo, o “recurso às novas tecnologias constitui um obstáculo nem sempre
de fácil superação” (Fidalgo,2009).
Botelho, F. (2005). Globalização
e cidadania: reflexões soltas
Botelho, F. (2006). Textos e
Literacias ...
Dias de Figueiredo, A. (2000).
Novos Média e Nova Aprendizagem
Fidalgo, P. (2009). O Ensino e as
Tecnologias da Informação e Comunicação
Paz, J. (2008). Educação e Novas
Tecnologias
Salgueiro, M. d. (2013). Um
olhar sobre as TIC no ensino do Português: conceções e práticas docentes no
Concelho de Almada. Lisboa: Universidade de Lisboa - Instituto de
Educação. Obtido em 19 de Outubro de 2014, de http://repositorio.ul.pt/bitstream/10451/10275/1/ulfpie046295_tm.pdf
Ana Catarina Cabral Riqueza - 120142066
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