domingo, 19 de outubro de 2014

Reflexão Individual

As Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC), são produto do avanço da tecnologia na forma de tablets, televisores, computadores e muitos outros gadgets que nos permitem aceder à informação e comunicar de forma rápida e muito mais simplificada do que há alguns anos atrás, estas “ferramentas” têm vindo a ter um papel de crescente importância no mundo globalizado em que vivemos e, em particular na área da educação, não só em Portugal mas, em todo o mundo.
As TIC têm vindo a ser utilizadas em sala de aula, nomeadamente ao nível do ensino-aprendizagem do português e da disponibilização de plataformas que possibilitam o ensino à distância, por exemplo através da Escola Virtual. A dinamização do ensino-aprendizagem do português pode ser feito através do “(…) uso de plataformas online (e.g. Moodle), os quadros interativos, os projetores de vídeo, a televisão, [e] a Internet” (Fidalgo, 2009), mas também de processadores de texto, como o Word, de blogs, de fóruns, de dicionários online e “enclopédias online” (Paz, 2008) que regra geral são gratuitas e de fácil acesso.
A utilização destas ferramentas visam a aproximação entre o aluno e o professor, a promoção da comunicação entre alunos e a partilha de ideias entre os mesmos, nomeadamente nos blogs e fóruns, estas ferramentas proporcionam também “ (…) um maior envolvimento, por parte dos alunos, nas tarefas propostas em contexto de sala de aula” (Salgueiro, 2013, p. 6).
Estas ferramentas podem ser utilizadas de diversas formas, por exemplo pedindo aos alunos que produzam um texto, mobilizando as suas capacidades criativas. A turma também poderá criar um blog no qual o professor possa colocar atividades referentes às aulas e as crianças possam colocar as suas dúvidas e/ou interagir com o professor.
A utilização das TIC em sala de aula veio modificar um pouco aquilo que era o dia-a-dia e os métodos de aprendizagem a que muitos alunos e professores estavam habituados. No entanto nem todos os professores mudaram os seus métodos de ensino aderindo às TIC e, segundo Paz (2009), isto não faz com que estes professores sejam piores ou melhores que os que utilizam as TIC no seu processo de ensino.

                         O acesso a bibliotecas e a dicionários on-line, incluindo o de 

             obras literárias completas em formato digital, potenciaram a 
            expansão de uma educação em que o aluno se transforma num 
            agente autónomo de uma aprendizagem flexível, e igualmente 
            cómoda, das línguas. (Salgueiro, 2013, p. 6)

Assim, verificaram-se mudanças de caráter positivo que visavam melhorar o sistema educativo português. De entre estas mudanças destaco o surgimento de um ambiente global motivador gerado pelo acesso a estas ferramentas e pela abertura a um “mundo” de informação e ainda uma aproximação entre alunos e professores, como refere Salgueiro (2013, p.6) “O conhecimento deixa de ser exclusivamente oriundo de um meio limitado, antes surge de um ambiente global, onde o acesso à informação é imediato e a exploração e a partilha de saberes entre alunos e professores é estimulada”, e “o simples facto de aceder a informação mais atual aumenta a motivação, quer dos estudantes, quer dos professores.” Salgueiro (2013) citando Terceiro (1997). O fator mais visível da mudança no sistema de ensino é o papel do aluno dentro da sala de aula e perante o seu processo de aprendizagem, segundo Salgueiro (2013, p.7) no modelo tradicional o aluno era um sujeito passivo que se limitava a receber as aprendizagens que lhe eram transmitidas pelo professor, enquanto que no modelo atual, baseado no modelo construtivista, o aluno tem um papel ativo na construção das suas aprendizagens.
Não obstante a todos os benefícios que as TIC proporcionaram ao ensino, proporcionaram-lhe também alguns perigos, dos quais destaco o desenvolvimento da cultura do “copiar e colar” (Paz, 2008), a “maior facilidade da fraude” (Paz, 2008) nomeadamente, a maior facilidade em plagiar documentos consultados. As desigualdades económico-sociais que podem, ainda hoje, ser evidenciadas pela facilidade ou dificuldade de acesso à Internet e ao computador na casa das crianças/estudantes, sendo por si só também um aspeto negativo por eventualmente poder constituir um fator de exclusão ou desintegração da criança face ao colega, ou o acontecimento de situações em que a criança se vê impedida da realização de tarefas extra-aula em casa (e.g. pesquisas). Esta noção das restrições no acesso das TIC é-nos transmitido por Botelho (2005) quando refere que das TIC “ (…) se excluem milhões de cidadãos do mundo que não dispõem de pré-requisitos básicos, no que se refere às suas condições de vida (…) que lhes possibilitem o acesso e, por consequência a possibilidade de permutar, de descobrir e de reconstruir o conhecimento, isto é de aprender”. Ainda relativamente à utilização das TIC e aos seus perigos, destaco os “fenómenos de infoexclusão que se prendem com (…) motivos que vão desde a infofobia à exclusão por motivos sociodemográficos” (Fidalgo, 2009). Assim sendo, o “recurso às novas tecnologias constitui um obstáculo nem sempre de fácil superação” (Fidalgo,2009).

 Referências Bibliográficas

Botelho, F. (2005). Globalização e cidadania: reflexões soltas
Botelho, F. (2006). Textos e Literacias ...
Dias de Figueiredo, A. (2000). Novos Média e Nova Aprendizagem
Fidalgo, P. (2009). O Ensino e as Tecnologias da Informação e Comunicação
Paz, J. (2008). Educação e Novas Tecnologias


Salgueiro, M. d. (2013). Um olhar sobre as TIC no ensino do Português: conceções e práticas docentes no Concelho de Almada. Lisboa: Universidade de Lisboa - Instituto de Educação. Obtido em 19 de Outubro de 2014, de http://repositorio.ul.pt/bitstream/10451/10275/1/ulfpie046295_tm.pdf

Ana Catarina Cabral Riqueza - 120142066

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