domingo, 19 de outubro de 2014

Reflexão Individual

TIC na Escola: Implicações Pedagógicas

        Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) constituem para o ensino, o pilar fundamental tanto para a aquisição, como para transmissão e consolidação de conhecimentos, em todas as disciplinas que compõem o painel curricular do aluno, mas este percurso vai para além das salas de aula e a sua duração é a de uma vida, segundo Patricia Fidalgo. É crucial que a educação se adapte e reconfigure as formas de aprendizagem pois só assim conseguirá acompanhar as evoluções e mudanças velozes de um mundo e sociedade cada vez mais denso de informação, globalizado, multicultural e tecnológico, como diz Fernanda Botelho.
“Falar de novas tecnologias é falar do computador pessoal, cada vez mais portátil, dos telemóveis que são muito mais do que isso (…), dos videojogos, pólo de eterna discussão sobre as suas virtudes educativas ou de como ligar a aprendizagem ao lúdico, das aplicações informáticas utilizadas com fins educativos, das plataformas de gestão da aprendizagem (…), que permitem o alargamento do espaço e tempo de aprendizagem para além da tradicional sala de aula e, em especial, da Internet.” (PAZ, 2008)
Como defendem Clara Tavares e Luís Barbeiro, é importante tirar partido das potencialidades que todo o leque de ferramentas que as TIC oferecem, tanto na comunicação em sala de aula como nas aprendizagens realizadas, ao nível do português alguns dos dispositivos tecnológicos e comunicativos mais utilizados são as plataformas de ensino à distância, fóruns, chat, blogues, E-portfolios, entre muitos outros.
Tal como é referido por Patricia Fidalgo a utilização das TIC servem para uma maior variedade de estratégia de lecionação e incute um processo de aprendizagem construtiva e individual do conhecimento. Proporcionando desta forma aulas mais atrativas, despertando os sentidos dos alunos, tornando assim a aprendizagem mais eficaz, ativa e autónoma, reforçam Lucinda Carvalho e Elisabete Morais.
Hoje em dia esta utilização começa cedo na escola, diz João Paz, mobilizando famílias, desta forma os filhos tornam-se por vezes professores dos próprios pais, pois o conhecimento destes para com as novas tecnologias é muitas vezes insuficiente porque o contacto com as TIC nesta faixa etária é recente, assim existe uma aproximação de pais e professores na tarefa necessariamente conjunta da educação, é fundamental nunca por de lado a interatividade no processo ensino-aprendizagem, sendo assim sempre fundamental o papel mediador do professor.
“Há que ressalvar que nem todas novas práticas de (auto-) aprendizagem a partir das novas tecnologias são, só por si, boas. Há "velhas" competências que fazem muita falta e que a facilidade de acesso à informação (Internet) não substitui, como a capacidade de interpretar, e refletir sobre, a informação.” (PAZ, 2008)
São inúmeros os conteúdos que se podem explorar através das TIC, salientam Clara Tavares e Luís Barbeiro, no ensino da leitura temos como ponto de partida a compreensão de textos (fatores relevantes: reconhecimento de palavras, conhecimento da língua e experiencia individual de leitura…) pode ser explorada através de atividades de manipulação, apropriação, interpretação e atividades integradoras, exemplo analisar erros, elaboração de resumos, etc. No ensino da escrita temos por base a elaboração de textos (fatores relevantes: conteúdos a incluir, a sua organização, escolha mais adequada das palavras para se exprimir…) temos desta forma a pesquisa, planificação, textualização, revisão e reescrita por exemplo. De uma forma geral todos estes conteúdos conduzem e reforçam a imaginação, curiosidade e criatividade dos alunos, através de partilha na Internet, interação autores-leitores, desenvolvimento de projetos conjuntos, entre outros.
João Paz refere também que são inúmeros os perigos de uma utilização menos cuidada das novas tecnologias, mas também são inúmeras as virtudes, embora não sejam a pedra filosofal para o sucesso educativo, reforça também que a utilização das TIC não faz bons professores mas o inverso não os torna maus profissionais. 
“É certo que as TIC promoveram uma dinamização sem precedentes das aulas. O uso de plataformas online (…), os quadros interativos, os projetores de vídeo, a televisão, a Internet entre tantos outros recursos, permitiram um envolvimento bastante positivo de todos os intervenientes num processo de ensino e aprendizagem…” (FIDALGO, 2009)

“Já existem ténues indicadores de que a educação está a alcançar melhores níveis de qualidade em função da entrada das TIC na escola. Alguns professores têm assumindo a tarefa de consolidar o trabalho da sala de aula com os recursos tecnológicos, contudo continuaram a preservar o modelo de organização da escola.” (Novos Ambientes Educacionais)


Autora: Solange Marques Nunes

Referências Bibliográficas

  • Botelho, F. (2005). Globalização e cidadania: reflexões soltas
  • Carvalho, L., & Morais, E. (2011). Aprender com as TIC. Obtido de http://hdl.handle.net/10198/10162
  • Fidalgo, P. (2009). O Ensino e as Tecnologias da Informação e Comunicação
  • Novos Ambientes Educacionais: O uso das Tecnologias de Informação e Comunicação na Escola. (s.d.). Obtido em 19 de Outubro de 2014, de Faculdade de Belas Artes Universidade de Lisboa: http://areas.fba.ul.pt/imagomundi/docs/XIV_Coloquio_AFIRSE.pdf
  • Paz, J. (2008). Educação e Novas Tecnologias
  • Tavares, C., & Barbeiro, L. (2011). PNEP As Implicações das TIC do Ensino da Língua. Lisboa: Ministério da Educação - Direcção-Geral de Inovação e de Desenvolvimento Curricular.



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